Todos nós temos uma certidão, um
documento que é emitido logo após o nascimento e que nos identifica, que diz
quem somos, de quem somos filhos, onde e quando nascemos.
Com essa certidão em mãos, podemos
conviver na sociedade e ser identificados como cidadãos. Podemos emitir outros
documentos que nos possibilitam votar, dirigir um veículo, adquirir crédito,
entre outras coisas.
Esses documentos são para todos nós que
nascemos da carne, mas existe um outro tipo de nascimento, que é do Espírito, e
que assim como o da carne, nos dá também uma identidade a respeito de quem
somos, de onde viemos, quando nascemos e ainda aponta para onde iremos.
Existe um personagem na bíblia, chamado
Nicodemos, que era uma autoridade entre os judeus, era mestre da lei e
conhecedor exímio da Torá. Certa vez, se aproxima de Jesus, cheio de dúvidas
quanto aos ensinamentos de Cristo, e é interpelado pelo Mestre a ter que nascer
de novo para ver o Reino de Deus. Nicodemos não entende o que significa nascer
de novo, mas Jesus explica que há o nascimento da carne e do espírito, e
através deste último podemos entrar no Reino de Deus. (João 3)
No início fomos criados à imagem e
semelhança de Deus (Genesis 1.27), porém o pecado nos afastou dEle, e o meio de
reconciliação com a Trindade só é possível através de Cristo. Em Jesus nascemos
novamente e nEle adquirimos uma nova certidão.
“Visto que a morte veio por meio de um
só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois
da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados.”
(1 Coríntios 15.21-22)
Mas será que temos usado essa nova
certidão para sermos reconhecidos como cidadãos do Reino de Deus? Ou ainda
estamos vivendo como indigentes nesse mundo?
A certidão que é emitida através de
Jesus nos torna diferentes, pois com ela somos desafiados a abandonar o pecado
e viver como Cristo viveu, proclamando o nome dEle através da nossa forma de
agir.
“Portanto, abandonem a velha natureza
de vocês, que fazia com que vocês vivessem uma vida de pecados e que estava
sendo destruída pelos seus desejos enganosos. É preciso que o coração e a mente
de vocês sejam completamente renovados. Vistam-se com a nova natureza, criada
por Deus, que é parecida com a sua própria natureza e que se mostra na vida
verdadeira, a qual é correta e dedicada a ele.” (Efésios 4.22-24)
O documento que o cristão carrega
consigo sãos os frutos que ele apresenta.
Como novas criaturas devemos ter
cuidado com nossa frutificação, pois muitas vezes pensamos que apresentamos
boas colheitas, quando na verdade mais parecem goiabas “bichadas”.
A minha postura não deve ser a do
cristão que mente e se corrompe, como também não pode ser daqueles que fazem
tudo certo para mostrar aos outros que é santo, separado do mundo e merecedor
do céu.
Em Colossenses, capítulo 3, verso 12,
Paulo nos orienta a vestirmo-nos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão
e paciência. Esse é o mesmo fruto do Espírito apresentado por Paulo em sua
carta aos Gálatas.
Note que esse fruto não nos afasta das
pessoas, considerando que tal fato nos “separa” do mundo. Não são nem
necessariamente visto em nós, de forma individual, mas quando agimos na direção
do outro.
Ser misericordioso para comigo, não
serve; a misericórdia se aplica ao outro, como também a mansidão que não é
percebida quando falo baixo, mas quando não revido a uma ofensa. A humildade
não é se vestir mal e abdicar do que é bom, mas é dar ouvido ao outro, sem
querer se achar melhor.
Percebe que muitas vezes apresentamos
goiabas infectadas ao invés de uvas frondosas?
Ser reconhecido como nova criatura é
apresentar uma certidão que diz que somos incorruptíveis, filhos de Deus,
nascidos em Cristo, na cruz do calvário e que aponta para a eternidade ao lado
do Pai e do Filho.
“Portanto, se alguém está em Cristo, é
nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2
Coríntios 5.17)
Euriano Sales – minhavidacrista.com