
Obediência às normas
Batalhar
diligentemente pela fé requer obediência às normas. Enquanto alguns evitam
praticar a correção segundo as Escrituras, outros a usam como um grande
porrete, dando com ele em qualquer um que parecer não concordar com seus pontos
de vista. As Escrituras nos dizem que (no contexto dos galardões celestiais)
aqueles que competem por um prêmio serão desqualificados a não ser que sua
conduta siga as normas do evento (2 Tm 2.5). Isso também deveria ser aplicado
ao modo como batalhamos pela fé, especialmente no que se refere à correção
mútua. A primeira e mais importante norma é o amor. Correção bíblica é um ato
de amor, ponto final. Se alguém não tem em mente o interesse maior de uma
pessoa, o amor não está envolvido. Se o amor não é o fator motivador da
correção, o modo de agir não é bíblico.
A
maneira como nos corrigimos mutuamente é uma parte importante das
"normas" da batalha pela fé: "Ora, é necessário que o servo do
Senhor não viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos, apto para
instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa
de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a
verdade" (2 Tm 2.24-25). Entretanto, uma repreensão severa também pode ser
bíblica; nas Escrituras há abundância de tais reprovações e repreensões quando
a situação as exigia. Mas elas nada têm em comum com correção acompanhada de
sarcasmo, humilhação, ataques ao caráter pessoal ou qualquer outra coisa que
exalte quem corrige ao invés de ministrar àquele que está sendo corrigido. É
irônico que o humor dominante (TV, quadrinhos, etc.) dessa geração
profundamente consciente da "auto-estima", ego-sensível, seja o
sarcasmo, especialmente a humilhação. Fazer alguém se sentir inferior tornou-se
a maneira preferida de elevar a própria auto-estima.
Um
teste simples de correção bíblica é o nível de presunção por parte de quem a
pratica. Se houver qualquer indício dela – ele falhará. Outro teste rápido é o
termômetro das "maneiras desagradáveis". Se aquele que corrige trata
os outros com maneiras que ele mesmo não aceitaria – ele é parte do problema,
não a solução bíblica.
Conhecer pelo que se batalha
Batalhar
diligentemente pela fé envolve conhecer pelo que se batalha. Aquilo que envolve
a subversão do Evangelho, especialmente das doutrinas principais relacionadas
com a salvação, exige nossa séria preocupação e atenção. O livro de Gálatas é
um bom exemplo. Os judaizantes estavam coagindo os crentes a aceitar um falso
evangelho, isto é, adicionando certas obras da lei como necessárias para a
salvação. Paulo os repreendeu duramente, como também instruiu Tito a fazê-lo
(Tt 1.10-11,13). No mesmo espírito, argumentamos com os que promovem ou aceitam
um falso evangelho para a salvação.
Enquanto
certas questões podem parecer não estar relacionadas com o Evangelho, elas
podem subverter indiretamente a Palavra de Deus, afastando os crentes da
verdade e inibindo dessa forma a graça necessária para uma vida agradável ao
Senhor. A psicoterapia, por exemplo, é um dos veículos mais populares para
levar os cristãos a buscar as soluções ímpias dos homens (e, portanto,
destituídas da graça).
Saber quando evitar confrontos

Batalhar
pela fé também requer que saibamos quando evitar confrontos.
Batalhar
pela fé também requer que saibamos quando evitar confrontos. O capítulo 14 de
Romanos trata de assuntos em que a argumentação se transforma em contenda.
Paulo fala de situações em que crentes imaturos criavam polêmicas em torno de
coisas que não tinham importância. Alguns estavam provocando divisões por
discutirem quais alimentos podiam ser comidos ou não, ou quais dias deviam ser
guardados ou não. Natesses casos, o conselho da Escritura é: há certas coisas
que não devemos julgar, pois se trata de questões sem importância, que não
negam a fé, e são assuntos a serem decididos pela própria consciência (v. 5).
Somente o Senhor pode julgar o coração e a mente de alguém no que se refere a
tais assuntos.
Quando
Jesus discutiu os sinais dos últimos tempos com Seus discípulos no Monte das
Oliveiras (Mt 24), o primeiro sinal que Ele citou foi o engano religioso. Sua
extensão atual não tem precedentes na História. Somente esse fato deveria
tornar nosso interesse em batalhar diligentemente pela fé uma das maiores
preocupações. Isso também significa que há tantos desvios da fé (1 Tm 4.1) a
serem considerados, que poderá ser necessário estabelecer prioridades pelo que
e quando vamos batalhar. No que se refere ao nosso próprio andar com o Senhor,
devemos examinar qualquer coisa em desacordo com as Escrituras, fazendo as
necessárias correções. Entretanto, quando se trata de ensinos e práticas
biblicamente questionáveis, sendo aceitas e promovidas por outros, o
discernimento pode também incluir a necessidade de decidir quando e como tratar
deles. Atualmente, não é incomum ser erradamente considerado (ou, de fato,
merecer a reputação) como alguém que "acha erros em tudo"; de modo
que a busca da sabedoria e orientação do Senhor é sempre essencial para que nosso
batalhar seja recebido de forma frutífera.
Não devemos coagir ninguém
Finalmente,
batalhar diligentemente pela fé não é coagir. Muito frequentemente esquecemos
que recebemos nossa vida eterna em Cristo como dádiva gratuita, uma dádiva do
insondável amor de Deus que deve ser oferecida aos outros em amor. O amor é
destruído pela coação. Se bem que nossa intenção pode não ser impor questões de
fé aos outros, é importante verificar regularmente nossos motivos e métodos. O
batalhar diligentemente pela fé deve ser realizado como uma oferta de amor.
Temos que lembrar que somos meramente canais de tal amor e que, se quisermos
que ocorra alguma mudança no coração, ela será realizada através da graça de
Deus, a única que garante o arrependimento (2 Tm 2.25-26).
Atos
20.27-31 contém alguns pensamentos que atualmente muitos iriam considerar como
desproporcionais na batalha por "todo o desígnio de Deus". Mas,
trata-se das palavras de Deus, comunicadas apaixonadamente pelo apóstolo Paulo
aos membros da igreja de Éfeso e a nós: "Atendei por vós e por todo o
rebanho... Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos
vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão
homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto,
vigiai, lembrando-vos de que por três anos, noite e dia, não cessei de
admoestar, com lágrimas, a cada um."
Nestes
"difíceis" tempos finais (2 Tm 3.1), ore para que todos nós, como
Paulo, demonstremos apaixonada preocupação pelo bem-estar espiritual dos nossos
irmãos e irmãs em Cristo e pela pureza do Evangelho essencial para a salvação
das almas
(T. A. McMahon - TBC - http://www.chamada.com.br).